sexta-feira, 31 de julho de 2009

Submarino e ônibus

Já faz um tempo que o André Balaio, do Pocilga Deluxe, mandou um e-mail com indicações de discos legais que ele tem ouvido. Aos poucos vou garimpando e colocando os discos na fila para escutar com calma.

A falta de tempo tem feito as coisas andarem devagar por aqui, mas os amigos continuam enviando dicas. É muito bom quando algum deles manda um e-mail ou liga só pra dizer que ouviu um disco ou viu um blog que é "a sua cara". E isso aconteceu muito no último mês. Temos álbuns pra comentar até dezembro fácil, fácil. Mas isso não é pra vocês pararem de escrever não, ok? Os e-mails com indicações são muito bem-vindos. Sempre!

Uma dessas dicas que eu nunca tinha ouvido (e gostei bastante) apareceu nas indicações do André: The Submarines, dupla de Los Angeles que além de dividir o palco ainda arruma tempo para ser marido e mulher. Easy listening de ótima procedência. "Honeysuckle Weeks" é de 2008 e vai direto para o primeiro lugar no pódio entre os discos mais ouvidos no ônibus em julho. Aliás, "disco mais ouvido no ônibus" tinha que ser categoria do Grammy.

Na próxima semana, vou comentar mais algumas dicas enviadas por amigos. Por enquanto, aqui vai o excelente Submarines.


1. Sub Symphonika
2. Thorny Thicket
3. You, Me, & The Bourgeoisie
4. 1940
5. The Wake Up Song
6. Swimming Pool
7. Maybe
8. Xavia
9. Fern Beard
10. Brightest Hour

domingo, 26 de julho de 2009

Podcast #22

O silêncio será quebrado em grande estilo com o novo disco do Meat Puppets. Logo depois, a turma do Soul Investigators aparece com uma música que sempre merece replay. Lá pelas tantas, Gal Costa homenageia Robertão.

Partimos para um bloco com novo som do Black Lips e exaltações ao trabalho do Cure. No final, não sobra nada depois da pedrada do Blood Red Shoes.


E a lista fica assim:
Meat Puppets - I'm Not You
Nicole Willis And The Soul Investigators - My Four Leaf Clover
Gal Costa - Se Você Pensa
Black Lips - Drugs
The Cure - Hungry Ghost
Blood Red Shoes - It's Getting Boring By The Sea

Firme e forte

O livro do Nick Hornby, Frenesi Polissilábico, está acabando com a minha culpa em comprar livros. Já tenho uns sete na fila para ler. Inclusive a versão original de Ham On Rye (Misto Quente - Charles Bukowski), trazida de presente por Seu Rodrigues, nosso correspondente. Ele leu a recomendação do Henrique e não deixou barato.

Fora isso, vale dizer que o blog continua firme. Com hiatos, mas firme. Prova disso é que ainda hoje vai rolar nova edição do podcast. Se quiser fugir do Fantástico, volte aqui mais tarde.

A propósito, desculpem por não ter respondido às últimas mensagens. Prometer que isso não vai se repetir é a maior mentira, mas vou tentar melhorar.

Abraços, keep on rockin' in a free world! A gente se encontra mais tarde.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

100 gatos pingados

Em primeiro lugar, vale a pena dizer que é um prazer queimar a língua. O som do show de Chan Marshall & Cia estava excelente. Agora, em segundo lugar, como eu detesto acertar previsões catastróficas... O show de Cat Power estava cheio de curiosos, gente que ganhou o ingresso e não sabia nem o que estava rolando. "Cheio" é apenas expressão, ok? O HSBC Arena permaneceu no escuro, envergonhado do público ridiculamente mínimo, com gigantes panos pretos escondendo fileiras e mais fileiras de cadeiras vazias.

A situação da pista às 19:30. E o show marcado para 20:00.

Resultado? Dá uma lida no site do Ronca Ronca pra ver o clima da banda nos bastidores. Os caras se sentiram derrotados. E olha que eles não fizeram pouco. Chan canta com uma facilidade absurda, o batera é um monstro de sutileza e agressividade na medida certa, o guitarrista tem aquela marra e aquela simplicidade de quem sabe que não vai errar uma nota sequer. Baixista e tecladista no mesmo clima. Quem desafinou? A gente. O público carioca. De novo.

Bob Dylan saiu daqui e deve ter achado esquisito ver a arquibancada vazia. O REM veio com uma das turnês mais descacetadas de 2008 e tocou pra 40% da casa. Ontem, infelizmente, assinamos embaixo daquele contrato com letrinhas miúdas que diz que o Rio só dá prejuízo às turnês e que o melhor é levar o show pra alguma cidade do sul do país.

Setlist cedido pelo pessoal da mesa de som.
Clique para ampliar.


Se formos ignorar a ausência de umas 10.000 pessoas, levarmos em conta a qualidade do som e da banda, eu poderia até dizer que a noite foi memorável. Mas ontem descobri que o preço do ingresso, a distância do local do show e a falta de melhores referências musicais vindo por rádio e TV já podem ser tidos como fatores presos à equação. E se Chan e banda não quiserem mais passar por aqui, acho que os 100 gatos pingados ali na arquibancada deram um bom argumento.

sábado, 18 de julho de 2009

Amanhã, quem vai?

Já estou batendo tanto nessa tecla que daqui a pouco o teclado não vai funcionar mais... Mesmo assim, enquanto as coisas não se acertam, eu permaneço do lado da turma que sempre enche o saco: que diferença brutal o preço do ingresso da Cat Power no Rio e em São Paulo.

Acredito que o pessoal que for comprar cadeira no primeiro piso já saiba dos problemas de acústica do HSBC Arena. O som no lugar só é bom na pista. Os organizadores sabem disso e colocaram o preço deste ingresso de arquibancada a R$ 92. Você paga um preço bastante razoável, mas não vai ter o som esperado. É praticamente uma pista sif...

Bom, amanhã eu decido se vou comprar ingresso pra pista sif ou se ver Chan Marshall de longe e com um som embolado só vai maltratar minhas coronárias. No fundo, acho que vou acabar nadando em dívidas com o cartão de crédito. Esse tipo de plástico me causa insensatez quando tem um show bom por perto.

Alguém que passa por aqui vai conferir Cat Power amanhã?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Reencontro

Um disco que estava esquecido às vezes cruza com uma tarde ensolarada e ruas sem nenhum engarrafamento pela frente. Do nada, sai do esquecimento e acaba virando trilha sonora de um dia legal. Foi assim que eu reencontrei esse álbum de Nicole Willis & The Soul Investigators.

A banda mantém um ritmo com batidas retas e um baixo bem desenhado que servem para emoldurar a voz de Nicole. É som direto e sem firulas. E esse álbum de 2007 ainda conta com "My Four Leaf Clover", uma música que me faz apertar o repeat toda hora.


1. Feeling Free
2. If This Ain't Love (Don't Know What Is)
3. Keep Reachin' Up
4. Blues Downtown
5. My Four Leaf Clover
6. A Perfect Kind Of Love
7. Invisible Man
8. Holdin' On
9. No One's Gonna Love You
10. Soul Investigators Theme
11. (Hidden Track)

sábado, 11 de julho de 2009

Check-in para o Acre

Estava ouvindo o último disco do The Cure, 4:13 Dream, mais uma vez. Tenho ouvido com alguma frequência, o que é bem positivo em relação aos milhares de álbuns que cabem num mp3 player. Hoje em dia, se você baixa e ouve o álbum duas vezes na vida, ele já merece disco de platina. Mas, na boa, esse último do Cure é muito bom. Volta e meia os ouvidos pedem pra escutar de novo.

O mais engraçado é que não sou um fã do Cure. Eu gosto da banda, gosto muito de vários singles, mas nunca coloquei os caras na minha lista de recomendações porque, por algum motivo, a banda sempre fica num canto do cérebro difícil de resgatar quando se pergunta à queima-roupa: o que você está ouvindo de bom?



Pois bem, depois de acordar ouvindo o disco de novo, decidi escrever aqui o que sempre me vem à cabeça: a banda é boa demais! Poucos grupos conseguem manter o nível por mais de três décadas como esses caras fizeram (e ainda fazem). E no meio do caminho ainda resgatam gente como eu, que demora quase 20 anos pra dizer que admira o trabalho dos caras.

Fica registrado nos autos que o disco é tão bom que se os caras fossem tocar no Acre, numa terça-feira, eu pegaria o avião para assistir.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um tempo pros ouvidos

Nos últimos dias, os livros estão tomando o lugar da música. É que, por coincidência, todas as vezes em que me sobrou um tempo livre, seja no metrô ou entre uma palestra e outra, eu não tinha nenhum mp3 player por perto. E a verdade é que a opção de ter um livro na mão alivia bastante a sensação de que estou arrebentando meus tímpanos com o som alto. Isso é remorso somado ao cansaço físico em relação a volumes abusivos.

Também dei uma travada na busca por novidades musicais. Ainda tem muita coisa que eu baixei e nem ouvi. Eu ouvi música numa velocidade tremenda nesse último ano. Agora o tempo ficou mais curto e meu ano sabático foi interrompido (ainda bem!) por 8 horas diárias de trabalho.

Bom, os ouvidos descansam das músicas, os olhos trabalham lendo livros. Alguém anda lendo alguma coisa interessante por aí? Algo que possa divertir numa sala de espera?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Expresso Lapa-Glastonbury

Rapaz, a coisa por aqui anda raspando o meio-fio. Nessa última semana, só deu para respirar naqueles 15 minutos de intervalo para um café sem açúcar. Estava tão acostumado com a minha vida de celebração do ócio que ainda estou apanhando do relógio. Mas aos poucos as coisas se acertam por aqui.

Vale registrar que estamos definitivamente em 1985 depois da morte de MJ. O mais interessante é que os discos dele sumiram nas Lojas Americanas. Fui conferir (só de curiosidade) se o preço tinha inflacionado com a partida do cara. Das duas uma: ou os saudosistas compraram tudo, ou foi tudo pro estoque receber um novo preço mais salgado. De qualquer maneira, tal qual 1985, Jacko está no topo das paradas.

E acabou que o festival de Glastonbury deste ano tomou ares de notícia secundária, né? Mesmo abafado pelas tragédias que vendem jornal, o festival seguiu queimando amplificadores. Aqui vai um vídeo da apresentação dos sempre bem-vindos Franz Ferdinand.



E vendo isso, me dei conta de que eu nunca ouvi ninguém falar que o show desses caras é fraco, é mais ou menos... A banda sempre deixa boas recordações em todos os palcos por onde passa. Seja na Lapa ou seja em Glastonbury!