sexta-feira, 27 de março de 2009

Telefonema

Recebi o telefonema no fim da tarde de ontem:
- Tenho dois ingressos de cortesia pro show do A-ha. Vamos?

Não entendi direito o que faria uma pessoa que me conhece formular essa pergunta. E entendi menos ainda a minha resposta: vamos! E fomos...

Estou longe de ser um conhecedor da banda, mas reconheci 40% do repertório. Qualquer pessoa que tenha ligado um rádio de 1985 pra cá deve conhecer meia dúzia de músicas do A-ha. Fui como acompanhante, como aquele amigo chato que fica fazendo piada no meio das músicas e zoando a desafinação do vocalista (apesar de não cantar nem em chuveiro).

O Citibank Hall estava lotado. Sério. Inacreditável. Há tempos eu não via aquela casa de shows de nome incansavelmente mutável cheia daquela maneira. Público na média dos 40 e poucos anos, muitos casais e gente que sabia cantar até as músicas novas (sim, rapaz, o A-ha tem músicas novas). Apesar disso, os cariocas não conseguiram disfarçar sua insatisfação quando o tecladista disse que eles iriam tocar uma faixa inédita na qual a banda vem trabalhando. O que deveria ser uma honra para os presentes foi recebido com um coro desapontado, num “aah” coletivo indisfarçável. A decepção imediata na cara dos músicos acabou sendo involuntariamente engraçada.

Como não sou ligado ao trabalho da banda, prestei alguma atenção às reações do público e, principalmente, a um dos males que atingem as platéias ultimamente: uma constelação de câmeras digitais gravando tudo que rola no palco. Eram inúmeras máquinas erguidas por braços incansáveis. As pessoas estão perdendo o sentimento, a ligação com o show. Viraram cinegrafistas de vídeos fora de foco e tremidos do YouTube. Quem está no palco deve achar isso um saco.

No fim das contas, pode-se dizer que o A-ha entregou a encomenda direitinho. Hits, músicas novas, interação com a platéia, coro de vozes no refrão. Os fãs saíram satisfeitos e é isso que importa. Não curto a banda, mas sei respeitar quem faz seu público voltar pra casa feliz. E um público grande. Quem diria.

8 comentários:

SS disse...

'Qualquer semelhança é mera coincidência'...

hahahahahhaa

atlantic disse...

E o coitado do Jamari tá ouvindo até agora. Não sabia que o A-ha tinha fãs tão xiitas. São tão chatos quanto os fãs do Los Hermanos.

SS disse...

o a-ha não tem fãs xiitas. O Jamari é que aloprou com a banda e os fãs

Anônimo disse...

Fã de a-ha? Isso existe?

Eduardo Desmenc disse...

Aí, galerinha do A-ha! Se liga que o roupa nova tá lançando CD novo. Valorize a bosta nacional!

atlantic disse...

Tem um pessoal que ainda bota a fitinha do A-ha no tape deck duplo e faz cópia pros amigos... Tenho certeza que ainda tem gente assim.

Luís Fernando Brod disse...

Existem fãs de A-Ha? Jura? Tava lotado mesmo? Meu Deus..... Mas, não dá pra negar que eles foram uma banda influente dos anos 80 e até que tem alguns hitzinhos... Take On Me, Crying in the Rain (o clip que ele vira leão, é mole uma coisa dessas?)

Lembra da apresentação deles no Rock In Rio? Nao sei qual foi pior, se a deles ou a do Information Society ou a do New Kids On The Block..

atlantic disse...

Ainda bem que Sandy e Junior estavam no colo da mãe na época do Rock in Rio 2...