quarta-feira, 29 de abril de 2009

200

Assim, como quem não quer nada, chegamos à marca de 200 postagens. Vou manter a tradição de comemorar cada centena de posts com um disco de Bob Dylan (que, por coincidência, lançou um novo título ontem).

Hoje escolhi Nashville Skyline, um álbum com participação de Johnny Cash que traz um Dylan "mais cantor". Você vai entender o que eu quero dizer na faixa de abertura e na bela "Lay Lady Lay".

1. Girl From the North Country
2. Nashville Skyline Rag
3. To Be Alone with You
4. I Threw It All Away
5. Peggy Day
6. Lay Lady Lay
7. One More Night
8. Tell Me That It Isn't True
9. Country Pie
10. Tonight I'll Be Staying Here with You

Dylan é outro confirmado na nossa edição especial do podcast Basf 90. Dia 13 de maio, anota aí!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Do outro lado da calçada

Ontem aconteceu comigo mais uma daquelas sensações que eu adoro, mas que estão ficando cada vez mais raras. Estava relaxando depois de um dia agitado e resolvi ouvir um dos podcasts que o Kid Vinil está gravando para a MTV. Escolhi um ao acaso e, apesar de sempre ter ótimos sons, o cansaço estava me derrubando. Eis que surge no fone de ouvido The Chatham Singers e meu cérebro entende a mensagem na hora: acorda aí, cara!

Não conheci nada do trabalho de Billy Childish, nem sequer consigo associar seu nome a algum disco. É um daqueles artistas que, durante toda a minha vida, passou por um lado da calçada enquanto eu passava pelo outro. Nunca nos cruzamos mesmo. Referência zero até o momento de, literalmente, Billy e sua banda me tirarem do transe.

Lendo alguns artigos do Kid, tive uma aula rápida sobre o cara. Pintor, poeta, músico e praticamente uma figura lendária de fora da caixa do mainstream britânico. Nunca é tarde para cruzar com as idéias de um cara assim. Se você, como eu, nunca tinha ouvido falar dele, eis o último projeto de Billy Childish ao lado de sua mulher, a baixista e cantora Julie. O disco tem participação de Graham Coxon (Blur) e dá uma volta pelo country e pelo blues. Mas de um jeito muito particular.

Não deixe de conferir!


1. All Who Cheated And Lied
2. Juju Claudius
3. An Image Of You
4. Upside Mine
5. The Son Of Art
6. The True Story Of Elizabeth Sargent
7. Queen Bee
8. Evil Thing
9. Angel Of Death
10. Demolition Man
11. The Right Mistake
12. The Good Times
13. Bring Me Water
14. Baby What's Wrong

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Gone

Para começar bem a sexta-feira, Gnarls Barkley fazendo uma sensacional cover dos não menos sensacionais Violent Femmes:


A música chama-se "Gone Daddy Gone". Vale lembrar que o Violent Femmes já foi destaque em um dos nossos podcasts. Certamente voltarão na edição especial do dia 13 de maio.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rest in Peace, Elastica

Mais um disco para aumentar a participação feminina aqui no blog. Elastica, banda capitaneada por Justine Frischmann, lançou seu álbum de estréia em 1995, no auge do britpop.

Justine andava com a turma do Suede e do Blur. Ou seja: as influências de sua banda não poderiam ser melhores. Mas o Elastica era mais furioso, mais barulhento. Com os amplificadores nas alturas e um ótimo disco nas lojas, elas chegaram aos palcos principais de todos os festivais da Europa no ano seguinte.

A carreira do grupo foi confusa (provavelmente por causa do excesso de drogas) e o segundo disco só apareceu 4 anos depois da estréia. Em 2001, a banda foi desativada depois de várias trocas de integrantes. Os holofotes já haviam se apagado há tempos para eles e o fim foi a confirmação do que todos já esperavam. Ficaram dois bons discos e alguns singles para contar a história.


1. Line Up
2. Annie
3. Connection
4. Car Song
5. Smile
6. Hold Me Now
7. S.O.F.T.
8. Indian Song
9. Blue
10. All-Nighter
11. Waking Up
12. 2:1
13. Vaseline
14. Never Here
15. Stutter

terça-feira, 21 de abril de 2009

Um sucesso e nada mais

Os americanos têm uma expressão para zombar dos artistas que só conseguem sucesso com uma única canção: one hit wonder. Por uma dessas maldades do destino, a expressão dá nome à setima faixa do disco de estréia da one hit wonder Tracy Bonham.

Em 96, ela tocou nas rádios de todo o mundo com a música "Mother Mother", uma daquelas canções calculadas para agradar. Depois disso, seu sucesso foi se esvaindo e desapareceu. The Burdens of Being Upright é um álbum irregular. Traz boas canções como "Navy Bean", "The One", "Kisses" e "Bulldog", mas dizer que é uma obra-prima é muita bondade.

Tracy continua na estrada e lançou alguns álbuns bancados com a própria grana. Ao que tudo indica, está em estúdio preparando uma nova investida às prateleiras. Apesar de ter sido esquecido pelas rádios e de ter sumido das lojas, vale conferir The Burdens of Being Upright. Sua opinião pode ser mais generosa que a minha.


1. Mother Mother
2. Navy Bean
3. Tell It To The Sky
4. Kisses
5. Brain Crack
6. The One
7. One Hit Wonder
8. Sharks Can't Sleep
9. Bulldog
10. Every Breath
11. 30 Seconds
12. The Real

Para quem ainda não ligou música e pessoa, aqui vai o único sucesso da moça:

segunda-feira, 20 de abril de 2009

As desculpas e os fatos

Os relatos sobre a minúscula platéia do B52s, que tocou no Citibank Hall na sexta passada, são mais um capítulo dos fiascos de público em shows de rock no Rio de Janeiro. Radiohead não lotou. Kiss levou 15.000 para um lugar onde dava mais que o dobro disso. REM ficou às moscas num sábado, com uma Arena de tamanho considerável vazia.

E aí, a culpa é do preço do ingresso mesmo? Sabia que tem gente que paga R$ 2.000 pra ficar dentro de uma cordinha de micareta no carnaval? Atenção aos que já estão com pedras na mão: não estou dizendo que os preços de shows estão baratos. Estão caros mesmo. Mas culpar o valor dos ingressos é querer ver o assunto apenas por um lado. É proteger o seu.

Não temos uma rádio decente de rock porque, dizem, rock não tem público. O show do REM não lota porque a maioria não quer pagar 400 pratas para ouvir "Losing My Religion", a única música que eles conhecem. É um ciclo vicioso. O disco novo do REM não toca na rádio porque o público prefere Hip Hop, e o público mais jovem não conhece a banda porque não toca no rádio. E olha que estamos falando de caras com 30 anos de estrada. Um rapper americano zé-ruela que lançou o primeiro single ontem lota show em qualquer lugar. O que está acontecendo?

Agora, vamos aos fatos: em 1993, a moeda era o desvalorizado cruzeiro (tinha nota de 100.000 cruzeiros!); não existia mp3 (você só descolava discos com amigos ou em lojas); não havia como baixar música na internet; as fontes de novos sons eram a MTV (que sintonizava em UHF) e rádios que já morreram como a Flu FM.

Então, sem internet, sem mp3, só com duas rádios e um canal de TV... Era possível fazer uma coisa dessas?


Era.
:(

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Podcast #18

Toca Raul! Toca Ramones! Os dois gritos de guerra preferidos das platéias roqueiras do Brasil atendidos em um único podcast. Precisa falar mais alguma coisa? Então, vamos ao trabalho:


A lista da edição 18, maioridade do podcast:
Raul Seixas - Tapanacara
The Ramones - Out Of Time
Radio Moscow - Whatever Happened
Derek And The Dominos - I Looked Away
Bill Withers - Lonely Town, Lonely Street
Tiger Trap - For Sure

E o podcast especial de um ano do blog vem aí. Em maio, celebraremos nossa primeira volta em torno do sol!

Plantão

Estilo "Plantão da Globo": os caras do Pirate Bay foram condenados a um ano de prisão + multa de 3,5 milhões de dólares.

O link da notícia está aqui.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Às compras

Noel Gallagher, sujeito que está circulando o mundo em turnê, aparece para mostrar alguns álbuns que ele comprou. E qual não foi a minha surpresa em ver o segundo disco que ele puxou da sacola. Um dos prediletos de muita gente que frequenta o blog:


O simpático Dave Grohl dá boas dicas e também mostra suas compras:


E pra fechar, as compras de Afrika Bambaataa me deixando com uma inveja do caramba:


Para ver mais vídeos da série, clique aqui! Confira também o site da Amoeba.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Cada sílaba

Chan Marshall fascina tanto pela beleza quanto pelo bom gosto musical. É realmente difícil sair de uma cover de Otis Redding sem se chamuscar, mas ela passa muito bem pela linda I’ve Been Loving You Too Long.

Esse é um compacto para ser ouvido com tranquilidade. É apenas Chan e sua lenta interpretação, aproveitando cada sílaba. Pode soar um pouco preguiçoso aos ouvidos que pedem por novidades. Mas se for o caso de deitar e aproveitar uma ótima voz comandando uma ótima banda, então esse EP é bom.


1. Dark End Of The Street (James Carr, Aretha Franklin)
2. Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival)
3. Ye Auld Triangle (The Pogues)
4. I’ve Been Loving You Too Long (Otis Redding)
5. Who Knows Where The Time Goes (Sandy Denny/Fairport Convention)
6. It Ain’t Fair (Aretha Franklin)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

1/3

O ano mal começou e um terço dele já foi embora. Já tem gente se adiantando e falando do melhor disco do ano pra lá e pra cá. As pessoas andam tão apressadas que não querem nem esperar novembro ou dezembro. Já apontam seus favoritos em abril mesmo.

Bom, eu diria que o disco que mais tem espaço nos meus ouvidos ultimamente é da turma do The Pains of Being Pure at Heart. Descomplicado, com melodias ótimas, é um pop que cai bem nos ouvidos. Não serei afobado de apontá-los como os melhores do ano tão cedo assim, mas acho que merecem bastante atenção.

Aqui estão eles, em 2007, com a banda incompleta, tocando para meia dúzia de pessoas num auditório de faculdade. Quem diria que, 18 meses depois, estariam nas capas de todas as revistas.

Moral da história: por mais esquisita que sua banda possa parecer e por menos público que ela tenha, não desista tão fácil.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma noite no Kiss Army

A pontualidade do Kiss pegou muita gente de calça curta ontem. Eu mesmo me vi correndo a duas quadras da Apoteose (acompanhado por alguns fãs da banda e por vários camelôs fugindo dos guardas municipais), pois, às 21:45, o Kiss já estava tocando a terceira música do show, que começara pontualmente quinze minutos antes.

A entrada na Apoteose ocorreu sem qualquer tumulto e, de longe, já dava para ver os telões e sacar a boa potência de som. O lugar devia ter umas 15.000 pessoas. As arquibancadas não foram utilizadas e o público se concentrou mesmo na pista.

Com um show onde cada passo é milimetricamente ensaiado (até porque quem não ensaiar acaba queimado com tantos fogos de artifício saindo de todos os lados do palco), o Kiss teve um convidado que já estava ameaçando aparecer: a chuva. Não uma chuvinha fraca. Era mais como aquela chuva do final de Matrix Revolutions. Todo mundo molhado até os ossos. E foi no meio desse dilúvio que eu vi uma das cenas mais bonitas em shows até hoje: 15.000 pessoas pulando e cantando embaixo daquela ducha. O Rio tinha virado Detroit Rock City.

Vinte minutos depois, o céu deu uma trégua. O Kiss, não. Eram clássicos enfileirados, solo de bateria, explosões, Gene Simmons cuspindo sangue e tudo o que aquelas pessoas encharcadas queriam ver.

No fim das contas, a Apoteose se consagrou como um ótimo lugar para shows, tendo um excelente som e boa visão até para quem está nas laterais da pista. E o Kiss se consagrou como um grupo com tanta auto-referência que nem precisa apresentar novidades. Ao fim, todos voltaram para casa felizes, cantando o refrão de God Gave Rock N' Roll To You. Noite memorável.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Moscou nas antenas

Blues psicodélico com momentos viajantes e furiosos. Esse é o som do Radio Moscow, trio americano de Iowa. A qualidade técnica dos caras é inquestionável, mas isso não garante nada. Afinal, o Van Halen tem qualidade técnica e é chato pra cacete. O importante é um disco com boas canções. Coisa que esse míssil de estréia lançado em 2007 tem de sobra.

E se você gostou do som dos caras, boas notícias: semana que vem eles lançam disco novo. Será que já está rolando pela internet? Não vou procurar por agora. Estou curtindo ouvir esse disco e, por enquanto, ele basta.

Não deixe de ouvir o Radio Moscow!

1. Introduction
2. Frustrating Sound
3. Luckydutch
4. Lickskillet
5. Mistreating Queen
6. Whatever Happened
7. Timebomb
8. Deep Blue Sea
9. Ordovician Fauna
10. Fuse

Aqui estão os caras com o clipe da faixa "Mistreating Queen":

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Rápido e certeiro

Esse EP dos americanos do Vetiver é praticamente centrado no folk. Digo "praticamente" porque See You Tonight, a música que abre o disco, dispensa o clima folk e dá um abraço nas guitarras e vocais indie.

As 5 faixas desse EP são ótimas e vai ser impossível não apertar o play novamente ao final da última canção. São quase 14 minutos de bom som.


1. See You Tonight
2. Hey Doll Baby
3. Before The Sun Goes Down
4. Just To Have You
5. Hills Of Isle Au Haut

domingo, 5 de abril de 2009

K.C.

sábado, 4 de abril de 2009

Ramonize it!

Em 1993, os Ramones resolveram inverter a brincadeira: já que todo mundo faz cover dos Ramones, é hora dos Ramones fazerem cover dos outros. O disco em questão chama-se Acid Eaters e traz releituras de Bob Dylan, Beach Boys, The Who, Rolling Stones e muitos outros nomes de peso.

O encarte ainda dá um toque especial à brincadeira, pois revela a participação de Pete Townshend nos backing vocals de "Substitute", música que ele escreveu para o The Who. Além disso, constam as inusitadas participações de Sebastian Bach (Skid Row) e da ex-atriz pornô Traci Lords.


1. Journey To The Center Of The Mind
2. Substitute
3. Out Of Time
4. The Shape Of Things To Come
5. Somebody To Love
6. When I Was Young
7. 7 And 7 Is
8. My Back Pages
9. Can't Seem To Make You Mine
10. Have You Ever Seen The Rain
11. I Can't Control Myself
12. Surf City

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Podcast #17

A busca por faixas interessantes continua em mais uma edição do nosso balanço musical. Sem respeitar as barreiras do tempo/espaço, atravessamos décadas e países com a maior cara-de-pau, e chegamos ao 17º programa.


Nesta edição:
Colder - Crazy Love
M. Ward - Jailbird
The Dead 60s - Riot Radio
Supergrass - Seen The Light
Young Marble Giants - Radio Silents
The Allman Brothers Band - One Way Out